O verdadeiro motivo do Concílio de Nicéia e a MENTIRA Branhamista!

desmistificandobranham.com

A doutrina da Trindade, uma das mais fundamentais do cristianismo, é frequentemente alvo de controvérsias e mal-entendidos, especialmente entre grupos que buscam desacreditar sua legitimidade histórica. Dentro da Mensagem de William Branham, por exemplo, há uma narrativa de que a Trindade foi uma invenção da Igreja Católica no Concílio de Nicéia, promovendo assim desinformação que alimenta visões distorcidas e até hostis em relação ao catolicismo. No entanto, essa perspectiva ignora o verdadeiro contexto histórico e teológico. Este artigo visa esclarecer o que realmente ocorreu no Concílio de Nicéia e como a doutrina da Trindade já existia muito antes desse encontro, presente nos ensinamentos dos apóstolos e nas escrituras do Novo Testamento.

Ponto de Vista da Mensagem

William Branham e os branhamistas frequentemente culpam a Igreja Católica, afirmando que ela “alterou a Bíblia”, que “é a grande prostituta” e que “a doutrina da Trindade foi criada em Nicéia”. Esse tipo de narrativa gera desinformação sobre a Trindade e incita até mesmo ódio contra os católicos.

175 - E no Concílio de Nicéia, para fazer isso, para fazer isso, eles tiveram que tomar uma trindade, porque no mundo romano eles tinham muitos deuses. Eles oravam aos seus ancestrais mortos. Eu tenho a história aqui onde podemos citá-la. Viu? Eles oravam aos seus ancestrais mortos. É por isso que eles têm Santa Cecília, e São Marcos, e santo, santo, santo, santo, santo, santo.

60-1204M - "A Revelação de Jesus Cristo"
Rev. William Marrion Branham
32 - E ninguém, nenhum protestante, nenhuma igreja primitiva jamais acreditou em três deuses. Foi uma grande questão no Concílio de Nicéia, e ambos entraram em membros; para fora desta forma, por assim dizer. O trinitário, o povo trino que acreditava na trindade, que finalmente se formou na igreja católica, eles foram para a trindade completa, tornando Deus “três” pessoas. E havia um que acreditava que Deus era “um”, e eles foram para o outro lado para ser um unitário. Ambos estão errados. Deus não pode… 

60-1205 - "A Era da Igreja de Éfeso"
Rev. William Marrion Branham
169 - Agora, meu precioso irmão, eu sei que esta é uma fita também. Agora, não fique animado. Deixe-me dizer isto com amor divino, a hora se aproximou onde eu não posso mais ficar parado nessas coisas, muito perto da Vinda. Vê? "Trinitarianismo é do diabo!" Eu digo que ASSIM DIZ O SENHOR! Veja de onde veio. Veio do Concílio de Nicéia quando a igreja católica se tornou governante. A palavra "trindade" nem é mencionada em todo o Livro da Bíblia. E quanto a três Deuses, isso é do inferno. Há um Deus. Isso é exatamente certo.

61-0108 - "Apocalipse, Capítulo Quatro Parte III"
Rev. William Marrion Branham
331 - Uma falsa trindade estava surgindo; não nos primeiros dias, não seria manifestada nos primeiros dias, ela seguiu em frente com isso. Mas quando os Sete Selos vieram, e abriram aqueles mistérios e os revelaram, foi quando "os sapos, três espíritos imundos como sapos, saíram para se manifestar", uma doutrina da trindade contra a Verdade. Viu? Hein!

Viu de onde veio? Viu para onde está voltando? Concílio Ecumênico. Eles são todos irmãos, de qualquer forma; mesmos espíritos, mesma coisa.

65-0725M - "Os Ungidos no Fim dos Tempos"
Rev. William Marrion Branham

O Verdadeiro motivo do Concílio:

O arianismo foi uma doutrina teológica surgida no século IV d.C., proposta por Ário, um professor de Alexandria. Ela questionava a divindade de Jesus Cristo, argumentando que, por ter sido criado por Deus Pai, Jesus não seria coeterno e consubstancial com Ele, mas sim um ser inferior, ou um semideus. O dogma da Santíssima Trindade, que afirma a unidade entre Pai, Filho e Espírito Santo como três pessoas em um único ser divino, foi diretamente desafiado pelo arianismo, que não aceitava essa relação intrínseca entre os três. Para Ário, se Jesus foi o primeiro ser criado, Ele não poderia ser igual ao Pai.

Essa doutrina causou grandes debates dentro da Igreja, principalmente por também questionar as referências bíblicas que mostram as fraquezas humanas de Jesus, como o cansaço e a dor, características que não se esperariam de um ser totalmente divino. Para resolver essa controvérsia e unificar a doutrina cristã, o imperador Constantino I convocou o Primeiro Concílio de Nicéia em 325 d.C., reunindo 318 bispos em Niceia, na atual Turquia. O concílio foi um marco importante na definição da ortodoxia cristã e na rejeição formal das ideias arianas.

O Concílio de Nicéia foi convocado principalmente para lidar com o arianismo, a heresia promovida por Ário. Mesmo após o concílio, muitos continuaram a seguir a doutrina de Ário, e foi somente no Concílio de Constantinopla, em 381 d.C., que a Igreja Católica definiu plenamente a doutrina da Trindade, afirmando também a divindade do Espírito Santo.

Hoje, os mórmons seguem uma doutrina semelhante (embora não idêntica) à de Ário, rejeitando a plena divindade de Jesus como parte de Deus.


A Trindade Já Existia Antes do Concílio de Nicéia

A Trindade já estava presente nos ensinamentos dos apóstolos e nos escritos do Novo Testamento, mesmo que ainda estivesse em processo de formulação teológica dentro da Igreja primitiva. O Novo Testamento contém várias passagens que, embora não usem explicitamente a palavra “Trindade”, indicam a existência de um Deus em três pessoas:

Mateus 28:19 (NVI)
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.”

2 Coríntios 13:14 (NVI)
“A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês.”

Mateus 3:16-17 (NVI)
“Assim que Jesus foi batizado, saiu da água. Naquele momento o céu se abriu, e ele viu o Espírito de Deus descendo como pomba e pousando sobre ele. Então uma voz dos céus disse: ‘Este é o meu Filho amado, de quem me agrado’.”

1 Pedro 1:2 (NVI)
“Escolhidos de acordo com a presciência de Deus Pai, pela obra santificadora do Espírito, para a obediência a Jesus Cristo e a aspersão do seu sangue.”

Efésios 4:4-6 (NVI)
“Há um só corpo e um só Espírito, assim como a esperança para a qual vocês foram chamados é uma só; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos, por meio de todos e em todos.”

João 14:16-17 (NVI)
“E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece; mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês.”

João 14:26 (NVI)
“Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse.”

João 15:26 (NVI)
“Quando vier o Conselheiro, que eu enviarei a vocês da parte do Pai, o Espírito da verdade, que provém do Pai, ele testemunhará a meu respeito.”

1 João 5:7-8 (NVI)
“Pois há três que dão testemunho: o Espírito, a água e o sangue; e os três são unânimes.”

Romanos 15:16 (NVI)
“Deus me deu a graça de ser ministro de Cristo Jesus para os gentios, com o dever sacerdotal de proclamar o evangelho de Deus, para que os gentios se tornem uma oferta aceitável a Deus, santificados pelo Espírito Santo.”

Triteísmo x Trindade

Na mensagem, erroneamente ensinam que a trindade acredita em 3 deuses como se fosse um politeísmo acreditando em vários deuses porém, não é desta forma que o meio Cristão que adota a trindade explica.

A trindade ensina que Deus é um único ser, eternamente existente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho (Jesus Cristo) e o Espírito Santo. Essas três pessoas compartilham a mesma essência divina, ou seja, são coiguais e coeternas, mas têm papéis distintos dentro da economia divina.

O triteísmo comumente ensinado dentro da mensagem para se referir a trindade, é uma heresia que ensina que o Pai, o Filho e o Espírito Santo são três deuses separados e distintos, o que vai contra a crença monoteísta cristã. 

169 - Agora, meu precioso irmão, eu sei que esta é uma fita também. Agora, não fique animado. Deixe-me dizer isto com amor divino, a hora se aproximou onde eu não posso mais ficar parado nessas coisas, muito perto da Vinda. Vê? "Trinitarianismo é do diabo!" Eu digo que ASSIM DIZ O SENHOR! Veja de onde veio. Veio do Concílio de Nicéia quando a igreja católica se tornou governante. A palavra "trindade" nem é mencionada em todo o Livro da Bíblia. E quanto a três Deuses, isso é do inferno. Há um Deus. Isso é exatamente certo.

61-0108 - "Apocalipse, Capítulo Quatro Parte III"
Rev. William Marrion Branham

Neste discurso de Branham, vemos claramente ele mencionando “três deuses”, quando, na verdade, a Trindade se refere a apenas um Deus. Isso representa uma verdadeira distorção do que realmente é a Trindade, pois, se fossem três deuses, o cristianismo deixaria de ser monoteísta e se tornaria politeísta.

Tertuliano antes mesmo do Concílio em 325d.C também já defendia a trindade:

Tertuliano (c. 155 – c. 240 d.C.) foi um teólogo e escritor cristão nascido em Cartago, no norte da África. Ele é considerado um dos mais influentes Pais da Igreja, e seu pensamento teve grande impacto no desenvolvimento da teologia cristã, especialmente no que diz respeito à doutrina da Trindade. Tertuliano foi o primeiro a usar o termo “Trindade” (em latim, Trinitas) para descrever a natureza de Deus como Pai, Filho e Espírito Santo, sendo três pessoas distintas, mas um único Deus.

Tertuliano formulou a base para o entendimento ocidental da Trindade ao defender que Deus é uma única essência (substantia), mas que essa essência se manifesta em três pessoas (personae). Isso foi importante porque o conceito de Trindade ainda estava sendo desenvolvido nos primeiros séculos da Igreja. Suas obras, como Adversus Praxean, foram escritas para combater heresias que negavam essa distinção entre as pessoas da Trindade, como o modalismo (a ideia de que Pai, Filho e Espírito Santo seriam apenas modos diferentes de manifestação de Deus, e não pessoas distintas).

Embora não tenha sido formalmente canonizado como santo pela Igreja, Tertuliano foi fundamental para o desenvolvimento de uma terminologia e estrutura teológica que influenciou os concílios posteriores, como o Concílio de Nicéia, que reafirmou a doutrina trinitariana contra heresias como o arianismo.

Conclusão

Com isso, podemos entender claramente que o objetivo do Concílio de Nicéia foi tratar de heresias, especialmente as defendidas por Ário, que acreditava que Jesus não fazia parte da divindade de Deus, assim como os mórmons acreditam hoje. A ideia propagada por William Branham é completamente falsa e manipuladora, trazendo um discurso de ódio contra os católicos.

Nosso intuito aqui não é defender ou repudiar nenhuma doutrina, tampouco doutrinar alguém, mas sim apresentar a versão correta da história, para que as pessoas compreendam que foram ensinadas de forma equivocada. Se você acredita na Trindade ou no unicismo, isso não interfere na verdade central da salvação, que está em nosso Salvador, Jesus Cristo.

Referências:

https://www.todamateria.com.br/arianismo/

https://religiousopinions.com/biography-tertullian

https://table.branham.org/#/en/main

Gerar PDF
Rolar para cima