Por décadas ficamos com uma interrogação: Quem era o garoto que o profeta da Mensagem foi salvar da cadeira elétrica?
Leslie Perez teve uma vida marcada por eventos intensos e controversos, que poderiam facilmente inspirar um filme.
Em 1961, Leslie Perez, anteriormente conhecido como Leslie Douglas Ashley, junto com sua parceira Carolyn Lima, se envolveu em atividades de prostituição. Em um desses encontros, algo deu terrivelmente errado e Leslie acabou atirando em Fred Tone um magnata corretor de imóveis. Para esconder o crime, eles queimaram o corpo de Tone. Os dois foram presos enquanto tentavam fugir e foram condenados à pena de morte.
Anos depois, uma nova equipe de advogados descobriu que a promotoria tinha escondido informações cruciais, incluindo relatórios psiquiátricos que sugeriam que Leslie não estava em seu juízo perfeito. Apenas quatro horas antes de sua execução, Leslie teve a pena suspensa, resultando em um novo julgamento repleto de atenção midiática. Ele foi então enviado para um hospital psiquiátrico. Contudo, Leslie conseguiu escapar, o que resultou em uma grande busca, com seu nome incluído na lista dos Dez Fugitivos Mais Procurados pelo FBI.
Após seis meses, Leslie foi encontrado trabalhando como palhaço em um carnaval. Ele foi novamente condenado, desta vez a quinze anos de prisão em uma fazenda no Texas, onde trabalhava colhendo algodão. Ele cumpriu cinco anos de sua sentença antes de ser libertado.
Mas o que isso tem a ver com William branham?
A questão é que Branham teve participação nesse caso, e essa participação não se refere ao caráter de William Branham, mas a um ponto crucial relacionado a um suposto evento sobrenatural. Segundo o profeta, no dia 28 de fevereiro de 1963, ele estaria em Houston por este garoto.
60 Alguns dias depois disso eu estava saindo de uma reunião; tinha um telegrama de três páginas, era daqui de Houston, Texas. E aquele homem que tanto me criticou na noite em que o Anjo do Senhor foi tirado, a foto Dele foi tirada em Houston, ele me chamou, ele disse… enviou um telegrama, a esposa disse: “Eu sei, irmão Branham, que o senhor está ocupado. Meu filho, o filho da irmã de Ted Kipperman, está na corredor dos sentenciados à morte para morrer na cadeira.” Disse… (E se fosse Billy Paul?) Ele disse: “Ele e uma mocinha terão de morrer.” E todos vocês leram isto no jornal, naturalmente. E disse: “A única esperança que temos é que o senhor venha e faça uma reunião e reúna o povo.”
61 E Raymond Huckstra já tinha escrito várias vezes, mas, vocês sabem, eu tinha planejado ali na reunião ir a uma viagem de caça com o Sr. McAnally e os demais. E eu pensei: “Bem, se deixar essas crianças morrerem e não me esforçar, nunca mais conseguirei caçar.”
62 Assim eu disse: “Muito bem, eu irei.” Eu fui a Houston, tive a reunião, e, naturalmente os… eles nunca os mataram, eles simplesmente… eles lhes deram a vida. E isso é o que queriam que fizessem, somente lhes dessem a vida. Assim foi por volta de vinte e um anos, eu acho, no—no Texas.
63 Então, e retornando, eu subi à montanha e fui com o irmão Fred Sothmann. Ele está aqui em algum lugar. Irmão Fred, onde você está? Bem aqui. O irmão Fred Sothmann, o irmão Gene Norman; certo dia, o segundo dia em que me encontrava ali, o Anjo do Senhor desceu diretamente ao acampamento onde estávamos, e começou a contar acerca de seus filhos e das coisas que estavam fazendo.
65-1127B - "Tentando Fazer um Serviço para Deus sem Ser da Vontade de Deus"
Rev. William Marrion Branham
Leslie Douglas Ashley era enteado de James Ayers e sobrinho de Ted Kipperman, dois fotógrafos responsáveis pela icônica fotografia de William Branham em Houston. Como mencionado na mensagem “Tentando Fazer um Serviço para Deus sem Ser da Vontade de Deus”, William Branham detalha que tentou salvar Leslie Ashley e seu cúmplice, que contribuíram para o crime, e como o próprio Branham afirma, eles não foram executados.
Além disso, outros eventos estão relacionados a essa história, como a foto da nuvem misteriosa.
O julgamento pelo assassinato envolvendo Ashley e o protesto contra sua condenação são a razão pela qual William Branham estava em Houston, TX, durante o evento da nuvem.
04 de Março de 1963
116 Para pedir que Deus trabalhe no coração desse juiz, ou nesse conselho de liberdade condicional, e tire esse mocinho dessa cela da morte, se pedirmos com fé, crendo, nestas reuniões de oração, nós receberemos. Isto é, eu de fato creio em Deus assim.
117 E a minha fé, que tenho em Deus, é por isso que estou aqui esta noite. É por isso que cancelei outra coisa e vim para cá. Tenho de dirigir centenas de quilômetros esta noite, de volta a Tucson, Arizona, porque vim colocar minha fé com a de vocês. Esse é um homem. É uma alma jazendo lá. É alguém necessitado. E nós, cristãos, temos de despertar para uma realidade, para uma fé verdadeira e genuína, atá-la à Palavra de Deus, e requerer essa promessa. Sim, senhor. Oh, que coisa! “Se vós estiverdes em Mim, e a Minha Palavra em vós, pedi o que quiserdes.”
63-0304 - "Um Absoluto"
Rev. William Marrion Branham
No dia 4 de março de 1963, Branham ainda estava no Texas. Sua última mensagem pregada antes deste dia foi em 23 de fevereiro. Durante esse período, Branham viajou a Huston para resolver a questão envolvendo o caso do garoto e uma garota que seriam mortos em 28 de fevereiro de 1963. No dia 4 de março, Branham menciona que precisaria retornar na mesma noite para Tucson, Arizona.
William Branham foi contatado para usar sua popularidade dos Reavivamentos de Cura para influenciar a opinião pública, e embora fosse um movimento extremamente arriscado para sua carreira, Branham concordou e até disse que ganhou um premio comparado ao “Oscar” por salvar Leslie da cadeira elétrica.
QUAL É A ATRAÇÃO SOBRE A MONTANHA?
25 de Julho de 1965
Jeffersonville - Indiana - E.U.A.
134 Eu ia caçar com um amigo, não sabendo o que ia acontecer. E alguém me chamou, aquele que havia me criticado a respeito daquela foto do Anjo do Senhor, aquele que a havia tirado. Eu tive que ir a Houston por causa de seu filho, pois ele estava na lista dos sentenciados à morte e iria morrer em poucos dias. E ele me encontrou ali e me abraçou, disse: “Pense, o próprio homem que eu critiquei veio para salvar meu filho único!” A sociedade humanística me deu o que eles chamam de óscar, ou seja lá o que queiram chamar isso, por salvar uma vida.
Rev. William M. Branham
App A Palavra Original
A Nuvem Misteriosa
No dia 28, se William Branham estava ocupado salvando o garoto no Texas, como poderia estar debaixo da nuvem no Arizona? Segundo ele, depois de salvar o garoto, ele subiu para a caça que seria no Monte Por do Sol (Rattlesnake Mesa).
Entretanto, na revista Life em 1963, é mostrado que a nuvem estava em Flagstaff, mais de 310 km fora do caminho da nuvem (Branham afirmou estar em Tucson). A revista afirma também que a nuvem foi vista pelo fim da tarde das 18h10min até as 18h30min do inicio da noite, enquanto Branham afirmou que a nuvem pelo inicio da manhã, ao romper do dia. Além disso na revista Science, o artigo mostra duas nuvens, com vários formatos, incluindo ferradura e laço.
Será que após Leslie ter sido solto trouxe mais algum impacto?
Bem, não diretamente a mensagem, mas a vida de Leslei poderia sim virar filme, afinal Leslei não é um garoto e sim uma garota trans.
Depois de sair da prisão, Leslie passou por uma cirurgia de redesignação sexual em 1981. Ela se tornou ativa na política de Houston, destacando-se na Bancada Política Gay e Lésbica em 1988. Leslie co-liderou o grupo de ação política ACT-UP, causando controvérsia ao registrar o grupo sem o consentimento da associação existente, levando à formação do GUTS como resposta. Ela também concorreu à presidência do Partido Democrata duas vezes, alcançando o segundo lugar em 1990 e 1994. Leslie e sua mãe Sylvia Ayres renunciaram ao partido no final de 1999. Ela faleceu em 28 de julho de 2005, seguida por sua mãe em janeiro do mesmo ano.
Conclusão
Essas discrepâncias entre os relatos de William Branham e os fatos documentados em jornais e revistas são significativas. Leslie foi uma peça chave nessa história da nuvem, pois os eventos e seu suposto resgate evidenciam essa disparidade. Leslie foi um ativista do movimento LGBTQIA+ e sua história completa é crucial para entender o contexto.
Talvez William Branham não conhecesse o lado LGBT de Leslei, mas com certeza ele sabia que o menino estava sentenciado por um crime, mas isso não vem ao caso, afinal o principal ponto aqui, é que este evento, nos prova mais uma vez que William Branham não estava caçando Javalis no dia 28 de fevereiro de 1963.
FONTES
211. Leslie Douglas Ashley — FBI
Leslie Douglas Ashley Perez (1938-2005) – Memorial Find a Grave
https://texasarchive.org/2017_03698
https://www.houstonlgbthistory.org/misc-perez.html
Subject: Leslie Perez – Digital Transgender Archive Search Results
Acessados dia 06 de Julho de 2024